sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Peregrinações

Nos dias 8, 9 e 10 de Julho de 2010 as ruas do centro histórico de Montemor-o-Velho foram invadidas pelo projecto teatral “Peregrinações” integrado nas comemorações dos 500 anos do Nascimento de Fernão Mendes Pinto.
A iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Montemor-o-Velho e com produção d’O Teatrão, contou com a participação de 10 grupos de teatro (nove do concelho e um da Figueira da Foz), envolvendo uma equipa de 250 pessoas (actores, músicos e equipa de produção).
No fim cada apresentação o público foi convidado a participar numa ceia de convívio, preparada pela Associação Cultural e Desportiva das Meãs.
Num comentário final o presidente da Câmara, Luís Leal, avançou que “o sucesso da iniciativa deixa antever a necessidade de responder a três grandes desafios: manter este figurino de performance teatral – como cartão de visita turística – e que enfatize a património (histórico e cultural) e o “urbanismo” de Montemor-o-Velho; continuar a manter uma tradição teatral do Baixo Mondego, com uma forte interacção com as suas populações, criando uma ‘base logística’ de recursos que viabilize outros projectos, incentivando os grupos da região; e congregar um modelo ‘criativo’ na região, onde Montemor-o-Velho seja a âncora principal, mas no qual o espírito de cumplicidade e complementaridade funcionem ao nível do território, dos recursos, das potencialidades e das estratégias”.
Público aguarda o inicio num dos dias
Participantes agradecem no final

Quadro I

A Caminho da Índia
Grupo de Teatro Amador da A.C.D.R.S. de Quinhendros, Montemor-o-Velho
Procurou-se o tom certo face às características do elenco. Ao longo de mais de seis meses o objectivo foi reforçar pessoal e colectivamente o grupo visando uma participação digna no “Peregrinações”, mas também estruturar dinâmicas de trabalho para o futuro.
Ficha Técnica e Artística
Encenação e Música: Júlio Sousa Gomes
Elenco: Adélia Roxo | Alice Maria | António Pardal | Cristiana Roxo | Dina Roxo | Diogo Almeida | José Dias Ferreira | Marta Falcão | Paulo Almeida | Tânia Monteiro
Apoio ao Elenco: José Mário Gomes e Vítor Silva (Cooperativa TdC)
Operação de Luz: Diogo Pinto | José Mário Gomes (Cooperaiva Teatro dos Castelos)

Quadro II

Novos Horizontes
Grupo de Teatro O Celeiro, Pereira
Fernão Mendes Pinto na China e no Reino do Prestes João: duas experiências, entre o céu e o inferno, que nos interessaram para discutir e brincar com esta característica absolutamente portuguesa de adaptação a qualquer circunstância. Mas também para nos emocionarmos com o risco, a ambição e a coragem que sabemos ter.
Ficha Técnica e Artística
Encenação: Isabel Craveiro e Nuno Carvalho
Coreografia Etiópia: Daniela Santos
Elenco: Adriana Santos | Alexandra Ferreira | Ana Filipa Marques | Arménio Paiva | Arnaldo Nobre | Beatriz Pinto | Carlos Ferreira | Carlos Pinto | Cátia Ferreira | Daniela Santos | Elsa Gomes | Fernanda Galvão | Inês Rodrigues | Inês Santos | Joana Rasteiro | Joana Tinoco | Jorge Reis | José Francisco Rasteiro | José Pedro Galvão | Licínia Silva | Maria José Lebre | Mariana Corino | Paulo Bicho | Rafael Pinto | Raquel Fernandes | Rui Francisco Caetano | Sílvio Carvalho | Teresa Roxo | Vera Pascoal
Operação de Luz e Som: Nuno Carvalho

Quadro III

Com António de Faria
Curral da Mula - Grupo de Teatro da Abrunheira, Abrunheira
Ser o vento, o mar e a tempestade; Usar a dança, a marioneta, o teatro de sombras, para contar a morte do pirata Coja Acem morto às mãos de António de Faria e Fernão Mendes Pinto nos mares revoltos de Tinaumera.
Ficha Técnica e Artística
Encenação: Patrick Murys
Elenco: Alessandro Silva | Ana Soares | Célio Miranda | Célsio Bastos | Dylan da Costa | Edmilson Costa | Helvis Costa | Ivanil­do Amaral | Jéssica Soares | Joana Gomes | Jonciley Santos | Jú­lio Tarrafa | Ricardo Kalash | Sérgio Carvalho | Wilson Tavares
Operação de Luz: Andreia Lapão | Daniel Freitas | Joel Freitas | Lília Matias | Marco Contente
Bonecos: Sandra Neves

Quadro IV

As Guerras em Nixiancó
Grupo de Teatro do Centro de Recreio Popular ACDS de Formoselha, Santo Varão
Os Portugueses que se encontravam presos nas mãos dos tártaros, participam nas Guerras entre estes e os Chins, em busca da sua liberdade.
Um trabalho assente nas técnicas de coro de forma a criar uma teatralidade expressiva na transposição cénica.
Ficha Técnica e Artística
Encenação: Ricardo Correia
Elenco: Cecília Monteiro | Cristina Rocha | Clélia Rainho | Conceição Girão | Cristina Macedo | David Cravo | David Matos | Donzelina Girão | Eugénia Mota | Edite Caldeira | Inês Redondo | João Marques | José Neves | Lau­ra Jesus | Luís Roque | Manuela Tarrafa | Maria Branco | Mariana Girão | Patrícia Cravo | Paula Marques | Paulo Matos | Teresa Girão
Operação de Luz e Som: José Carlos Monteiro 

Quadro V

Na Companhia de Jesus
Grupo Cénico e Amador da Portela, Tentúgal
Neste quadro mostram-se os milagres e enterro de São Francisco Xavier e a consequente conversão de Fernão Mendes Pinto, que se junta aos Jesuítas. Dado o tema, optámos por basear a nossa apresentação nas tradições locais da Quaresma, simulando um cortejo religioso.
Ficha Técnica e Artística
Encenação: Jorge Louraço Figueira
Elenco: Adriana Reis | Ana Patrícia Nunes | Carlão | Catarina Martinho | Gabriel Espírito Santo | Joana Matado | Mariana Ribeiro | Nini | Olímpio Baía | Paula Cavaleiro | Pedro Dias | Santana | Tatiana Silva | Tomás Matias
Operação de Luz e Som: André Gaspar

Quadro VI

Amores
Atrás do Pano - Grupo de Teatro do Centro Beira Mondego, Santo Varão
Em casa de Inês, as mulheres dançam e servem os homens que bebem e olham as mulheres que dançam.
E todos ouvem histórias de outro tempo, que se misturam com as músicas do tempo que há-de vir.
E assim entre a Taberna e uma Ilha (chamada dos Amores), entre as histórias de Inês e os versos de Luís Vaz vamos passando o tempo…
Ficha Técnica e Artística
Encenação e Coreografia: Leonor Barata
Montagem e Operação de Luz e Som: Joaquim Santos
Elenco: Ana Sofia | António Oliveira | António Queijo | Ar­mando Jorge Freire | Fátima Verão | Inês Queijo | Inês Reis | Joana Inês Fernandes | João Miguel Marques | José Carlos Duarte | Luís André Girão | Luís Cavaco | M.ª Fátima Reis | Mariana Cardoso | Miguel Ângelo Graciano | Pedro Cavaleiro | Renato Ferreira | Rita Casaca

Quadro VII

Portugueses no Japão
SIT – Sociedade de Instrução Tavaredense, Tavarede – Figueira da Foz
As aventuras de FMP por terras do Japão, enfrentando tem­pestades e toda a sorte de perigos. São contadas três histórias recorrendo a diferentes técnicas e ao teatro dentro do teatro. A acção teatral estende-se por toda a Praça da República.
Ficha Técnica e Artística
Encenação: Deolindo Pessoa
Elenco: Ana Luísa | Ana Teresa Lontro | António Barbosa | Bernardo Beja | Elisabete Ferreira | Fernando Romeiro | Helena Rodrigues | Inês Fonseca | João Miguel | João Ricardo | Jorge Rodrigues | José Manuel | José Medina | Luís Paulo Medina | Manuel Lontro | Manuela Mendes | Maria da Conceição | Miguel Feteira | Otília Cordeiro | Sílvia Silva
Apoio ao Elenco: Associação Diogo da Azambuja: Ana Duarte | Andreia Monteiro | Caty Cruz | Daniela Oliveira | Diana Oliveira | Grasiely Silva | Patrícia Oliveira | Paula Cristina Ferreira | Sara Claro | Sofia Silva | Vera Caiado
Apoio à Produção: Manuela Amorim

Quadro VIII

Termo da Peregrinação
CITEC – Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho, Montemor-o-Velho
O quadro tem um registo retrospectivo, é o balanço da viagem pela vida e obra de FMP. É tempo de mostrar como a vida pode ser madrasta, com muitas aventuras e trabalhos inesperados, com muitas injustiças e esperanças desfeitas, com muita ingratidão. O contraste com Camões é o fechar do círculo e da peregrinação pelos diferentes espaços e pela sua obra.
Ficha Técnica e Artística
Encenação: Deolindo Pessoa
Elenco: Andreia Teixeira | Carlos Cunha | Capinha Lopes | Joana Macias | José Cação
Operação de Luz e Som: José Pedro Sousa

Cartaz

Transições entre os Quadros

Entre Quadro III e Quadro IV
Carpideiras - Adelina Oliveira e Berta Alves
Grupo de Teatro Amador do Clube União Musical Recreativo Gatoense, Gatões

Entre Quadro V e Quadro VI
Coro da Igreja Evangélica Presbiteriana do Bebedouro, Arazede

Nos outros Quadros
Elementos da Filarmónica 25 de Setembro: Ana Oliveira | Ana Duarte | Bruna Cadima | Bruno Costa | Carla Correia | Catarina Morais | Cátia Couto | Fernando Aleixo | Ivan Dourado | Joana Travassos | Luís Amaral | Mariana Travassos | Marisa Cardoso | Micael Dourado | Patrick Guerra | Pedro Cascão | Tiago Artur

Ficha Técnica e Artística

Concepção e Direcção: Deolindo L. Pessoa
Dramaturgia: João Maria André (a partir da “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto)
Encenação: Deolindo L. Pessoa | Isabel Craveiro | Jorge Louraço Figueira | Júlio Sousa Gomes | Leonor Barata | Patrick Murys | Ricardo Correia
Espaço Cénico e Cenografia: José António Bandeirinha | Luís Sousa
Figurinos e Adereços de Personagem: Cátia Barros | Patrícia Mota
Máquinas de Cena: José Tavares | Pompeu José
Direcção Musical e Arranjos: Luís Pedro Madeira
Direcção Técnica e Desenhos de Luz: Francisco Beja
Assistência de Iluminação: Cláudia Valente
Direcção de Cena: Pé de Cabra, Lda. : Ana Carolina Oliveira | Inês Barbedo Maia
Produção Executiva: António Alves | Sandra Silvestre
Frente de Casa: Carla Soares | Filipa Roxo | Inês Mourão | Margarida Sousa | Sofia Quinteiro
Direcção de Logística: Joaquim Argel | José Fernandes | Sandra Lopes | Sofia Quinteiro | Vítor Portugal
Montagem de Luz e Som: João Castro Gomes | Nuno Car­valho | Rui Capitão (O Teatrão)
Construção de Máquinas de Cena e Adereços de Cena: José Baltazar | José Martins dos Reis | Fernanda Tomás | Hermínio Neves Azanha
Carpinteiros: António Simões | Joaquim Padrão | Jorge Mariano | Maria Altina | Maria Edite | Maria Helena
Tanoeiro: José Alberto Benta
Electricistas: António Silva | David Varandas
Costureiras: Ana Fernandes | Cassilda Canais | Cristina Rocha | Elisa Pinto | Fernanda Sebastião | Gloria Costa | Isabel Félix | Manuela Rocha | Maria Azenha Paulino | Maria da Encarnação Ferreira | Maria Helena Girão | Maria Lurdes Cunha Sousa | Maria Malva | Maria Santana | Rosa Esteves
Fotografia: Jorge Valente
Comunicação: Ana Luísa Ferreira | António Alves | João Lobo | Sandra Silvestre
Grafismo: Ana Luísa Ferreira
Anúncio de Rádio e Televisão: Bruno Matos (Associação Diogo de Azambuja)
Documentário ‘Making of’: André Monteiro | Tiago Cardoso
Organização: Câmara Municipal de Montemor-o-Velho
Produção: O Teatrão

Muppi

Exposição

Exposição "Fernão Mendes Pinto, Deslumbramentos do Olhar" organizada pelo Instituto Camões e inaugurada em 11 de Março de 2010 na Biblioteca Municipal de Afonso Duarte, em Montemor-o-Velho.

Colóquios

Realizados entre Janeiro e Junho de 2010.

Acções de formação

 1ª acção
Tema: Espaço no Teatro e em Montemor
Orientador: Deolindo Pessoa (O Teatrão)
Nos dias 31 de Julho e 1 de Agosto de 2009.
Local de realização da acção: Teatro Esther de Carvalho
Contextualização da utilização do espaço no teatro através dos tempos, bem como a reconversão de espaços convencionais e a utilização de espaços não convencionais.
A partir da avaliação de espaços existentes localmente serão analisadas as opções efectuadas, bem como as suas eventuais dinâmicas culturais.
Nesta acção foram incluidos dois espectáculos do CITEMOR 2009, com convites oferecidos pela organização, para posterior discussão quanto à utilização do espaço teatral.
2ª acção
Tema: Máquinas de Cena (I)
Orientadores: Pompeu José e José Tavares (ACERT)
Local de realização dos dois módulos da acção: Teatro Esther de Carvalho
Nos dias 2, 3 e 4 de Outubro de 2009 (1º módulo)
No primeiro módulo desta acção de formação abordou-se a concepção, construção e planificação das máquinas de cena, após discussão do projecto e definição dos objectivos.
Nos dias 23, 24 e 25 de Outubro de 2009 (2º módulo)
No segundo módulo, após os conceitos gerais abordados no anterior, após a análise do texto realizou-se a discussão e concepção das máquinas de cena que eventualmente poderão ser utilizadas no projecto que se está a preparar.

3ª acção
Tema: Teatro de Objectos e Marionetas (Módulo I)
Orientador: Patrick Murys
Dias 28 e 29 de Novembro de 2009 (1ª parte)
Dias 12 e 13 de Dezembro de 2009 (2ª parte)
Local de realização: Centro Beira Mondego – Santo Varão
O primeiro módulo desta acção de formação, dividida em duas partes. Mais do que aprender uma técnica de construção e manipulação de objectos e marionetas é proposto desenvolver as qualidades de cada um, explorando outros modos de expressão através do jogo, da canção, do gesto e da improvisação.
É uma iniciação ao teatro de objectos e marionetas.

4ª acção
Tema: Introdução ao Movimento
Orientador: Leonor Barata
Dias 9 e 10 de Janeiro de 2010 (1ª parte)
Dias 16, 23 e 28 de Janeiro de 2010 (2ª parte)
Local de realização: Celeiro dos Duques de Aveiro – Pereira
Esta acção de formação é uma iniciação ao papel e valor do corpo e do movimento no teatro.
No espectáculo comemorativo do V Centenário do Nascimento de Fernão Mendes Pinto o movimento terá uma grande relevância, o que justifica a realização desta acção.

5ª acção
Tema: Máquinas de Cena (II)
Orientador: Pompeu José e José Tavares (ACERT)
Dias 26, 27 e 28 de Fevereiro de 2010 (1ª parte)
Dias 5, 6, e 7 de Março de 2010 (2ª parte)
Local de realização: Teatro Esther de Carvalho – Montemor-o-Velho
Este workshop é o prolongamento do primeiro realizado em Outubro de 2009 e visa desenvolver a planificação da criação e construção dos objectos e máquinas de cena, nomeadamente para os quadros III e VII.
Estudo para o Quadro III

6ª acção
Tema: Luz e Teatro
Orientador: Francisco Beja (ESMAE)
Dias 20 e 21 de Março de 2010 (1ª parte)
Dias 17 e 18 de Abril de 2010 (2ª parte)
Local de realização: Teatro Esther de Carvalho – Montemor-o-Velho

Introdução à teoria e prática da iluminação teatral: como iluminar e porquê. E contacto com os equipamentos, métodos e práticas modernas.

7ª acção
Tema: Teatro de Rua
Orientador: Deolindo Pessoa (O Teatrão)
Durante os meses de Março e Abril de 2010.
Local de realização: Sociedade de Instrução Tavaredense (Tavarede – Figueira da Foz)
Abordagem das diferentes técnicas de teatro de rua e dirigido aos elementos dos grupos que utilizarão esta técnica de forma mais marcada.

8ª acção
Introdução às técnicas Devising
Orientador: Ricardo Correia
Durante os meses de Fevereiro e Março de 2010.
Local de realização: Centro de Recreio Popular de Formoselha
Introdução às técnicas de Devising (composição cénica a partir de processos de negociação colectiva) como forma de gerar material original sobre o imaginário e conceitos do material “Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto para um espaço específico.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Estrutura do texto dramático proposta

O texto dos oito quadros parte do que é narrada no texto original de “Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto, mas são uma adaptação dramatúrgica livre do mesmo. Com muito espaço à imaginação para recrear ambientes, factos, histórias, canções, heróis, vilões, etc., num tom predominante de festa e de farsa, em que se destaque as diferentes facetas da personalidade de FMP.
A ligação entre os vários quadros será assegurada por pequenos apontamentos dramatúrgicos e cantigas de escárnio e maldizer, que pontuarão o trajecto com o objectivo de realçar um qualquer pormenor do quadro anterior que se projecta no que se segue. Poderá haver um objecto que promova a transição entre cada quadro.
Quadro I – Partida a caminho da Índia
É o inicio da viagem pela vida e obra de FMP e também do espectáculo. É a partida de Montemor, a caminho de Lisboa e depois da Índia. Há que criar um jogo em que se podem cruzar diferentes FMP e várias figuras populares, onde são abordados alguns aspectos dos primeiros anos da sua vida.
O local do quadro é o adro junto às ruínas da Igreja de Santo António no Castelo.
Textos de apoio:
De que passe em minha mocidade neste reino até que embarquei para a Índia / Como deste reino me parti para a Índia (…) – Cap. I e II [1]
As primeiras aventuras (1º texto) [2]
A primeira aventura com piratas [3]
O baptismo de sangue [4]
Vendido por doze mil réis de tâmaras [5]




[1] “Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto, Publicações Europa-América, 1983, pg.19-24
[2] “Peregrinação de Fernão Mendes Pinto” de João David Pinto Correia, Seara Nova/Editorial Comunicação, 1979, pg.115-123
[3] “Fernão Mendes Pinto” de Mário Domingues, Livraria Civilização, 1977, 4ª edição, pg.5
[4] Idem, pg.11
[5] Idem, pg.17

Quadro II – Novos horizontes
Neste quadro são dois mundos diferentes que se chocam, duas culturas que se descobrem, é a descoberta de novos horizontes.
Este novo mundo pode ser celebrado de diferentes formas, num jogo teatral vivo e rico em música com diferentes sonoridades, com novos sabores e odores. As aventuras de FMP podem ser cruzadas com as aventuras das diferentes «mulheres navegantes», ou de outras mulheres, com quem se cruzou no Oriente.
Dentro das naus viajaram também muitas mulheres ao longo dos tempos, cujo papel foi determinante para os descobrimentos. Houve portuguesas em todos os cantos do império, fosse por degredo ou para acompanhar os maridos, fosse ainda por pura aventura.


Textos de apoio:
Estranho encontro com cristãos [1]
Mulheres em busca da Índia e do Preste João[2]
O Preste João Mulher[3]
As Ocupantes das Naus no Indico[4]
Portuguesas Clandestinas a Bordo em 1524[5]




[1] Idem, pg.116
[2] “Mulheres Navegantes no Tempo de Vasco da Gama” de Fina d’Armada, Ésquilo, 2006, pg.120-126
[3] Idem, pg.127-140
[4] Idem, pg.156-164
[5] Idem, pg.165-174
No final deste quadro termina o primeiro troço comum para os espectadores, pois a partir daqui terão de optar um de dois trajectos diferentes: o da guerra ou o religioso.
A transição do II para o III quadro será muita curta, talvez apenas com um muito breve apontamento dramatúrgico (ou estação), que de algum modo ilustre o espalhar da fé e do império nas terras do Oriente.
A transição do II para o V quadro será também curta, mas será abordada mais à frente.


Quadro III – Com António de Faria (trajecto um)
A peregrinação em companhia de António de Faria pelos reinos do Sião, Liampó e Ilha Calempui. São os jogos de guerra onde se contam algumas das lutas em que FMP participou, como foi feito prisioneiro ou naufragou.

Estes jogos de guerra ou batalhas serão criados a partir de uma máquina de cena por actores e manipuladores, que basicamente de forma estilizada reproduzirá uma nau, a narrativa assentará em jogos de guerra.

Textos de apoio:
Peregrinação em companhia de António de Faria pelos reinos de Sião, Liampó e ilha Calemplui [1]
Peregrinação – Capítulos XXXVI a XLVI [2]
Peregrinação – Capítulos XV a XXXV [3]
Peregrinação – Capítulos VII a XIII [4]
Peregrinação – Capítulos XLVIII a LVIII [5]
Peregrinação – Capítulos LX a LXXIV [6]
Peregrinação – Capítulos LXXV a LXXIX [7]
A Maldição Fulmina António Faria de Sousa[8]





[1] “Peregrinação de Fernão Mendes Pinto” de João David Pinto Correia, Seara Nova/Editorial Comunicação, 1979, pg.140-174
[2] “Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto, Publicações Europa-América, 1983, pg.104-134
[3] Idem, pg.52-103
[4] Idem, pg.35-49
[5] Idem, pg.134-169
[6] Idem, pg.173-214
[7] Idem, pg.214-225
[8] “Fernão Mendes Pinto” de Mário Domingues, Livraria Civilização, 1977, 4ª edição, pg.107-110
A transição para o quadro seguinte será curta, mas terá uma especificidade bastante própria. Terá a participação dum grupo coral, cujos elementos se disporão nas várias janelas que ladeiam o trajecto entoando cânticos épicos que farão a elegia dos feitos guerreiros, quer do quadro que acabou quer do que se segue.


Quadro IV – Guerras em Nixiancó (trajecto um)
Na busca da fortuna FMP vive mais aventuras e guerras em terras do inimigo, aonde chega por mar e terra. Contadas sempre num apelo permanente ao fantástico e ao exótico, onde o real e o imaginário se confundem bastante. Inicialmente o titulo previsto para o quadro era "As Guerras de Sonda".
Textos de apoio:
Episódios com Mulheres e Naus [1]
Peregrinação pelas terras de Sonda [2]
Peregrinação – Capitulo CLXXII-CLXXIX[3]
A transição para o quadro seguinte é a segunda mais longa e terá de comportar talvez três apontamentos dramatúrgicos (ou estações), que retomarão as tormentas, as lutas, os medos e os mitos que todos enfrentaram pelo Oriente e até chegarem ao Japão.




[1] “Mulheres Navegantes no Tempo de Vasco da Gama” de Fina d’Armada, Ésquilo, 2006, pg.241-256
[2] “Peregrinação de Fernão Mendes Pinto” de João David Pinto Correia, Seara Nova/Editorial Comunicação, 1979, pg.222-232
[3] “Peregrinação II” de Fernão Mendes Pinto, Publicações Europa-América, 1997, pg.156-174

Este quadro faz a ligação ao quadro VII, onde os espectadores se voltam a juntar.


Quadro V – Na Companhia de Jesus (trajecto dois)
É o inicio do trajecto religioso. A seguir ao quadro II os espectadores seguirão por um dos dois trajectos existentes: o da guerra ou o religioso.
Neste quadro é recriada a peregrinação de FMP na companhia de Francisco Xavier por terras do Oriente, bem como a sua posterior crise religiosa.
O ambiente do quadro e o jogo dos actores pode recorrer à narrativa trovadoresca que pode ser cantado em feiras e festas, como acontecia na Idade Média. Agora cantam-se e contam-se histórias de FMP, com forte influência da poesia e música popular, e mesmo da música erudita de inspiração religiosa.
Textos de apoio:
Peregrinação em companhia de Francisco de Xavier por terras de Malaca e do Japão – na corte do Rei de Bungo [1]
As estranhas visões de S. Francisco Xavier[2]
O batel perdido na tormenta[3]
A morte de S. Francisco Xavier[4]
Peregrinação – Capítulos CC a CCXXV[5]


[1] “Peregrinação de Fernão Mendes Pinto” de João David Pinto Correia, Seara Nova/Editorial Comunicação, 1979, pg.233-260
[2] “Fernão Mendes Pinto” de Mário Domingues, Livraria Civilização, 1977, 4ª edição, pg.177
[3] “Fernão Mendes Pinto” de Mário Domingues, Livraria Civilização, 1977, 4ª edição, pg.185
[4] “Fernão Mendes Pinto” de Mário Domingues, Livraria Civilização, 1977, 4ª edição, pg.192
[5] “Peregrinação II” de Fernão Mendes Pinto, Publicações Europa-América, 1997, pg.233-326

O trajecto para o VI quadro é curto, mas pode permitir alguns apontamentos dramatúrgicos (ou estações) fortes sobre o papel da Companhia de Jesus pelo Oriente.



Quadro VI – A Ilha dos Amores (trajecto dois)
Deste quadro transparece a contradição entre o espírito religioso e o guerreiro, aqui se contam os jogos de amor e poder, de sedução e tentação, com que FMP se cruzou nas suas aventuras pelo Oriente.
De todos estes jogos resulta o afastamento de FMP da Companhia de Jesus. O jogo deverá assentar no movimento e na expressão corporal, na fronteira do teatro/dança, recreando os ambientes orientais, com cores, odores e música.
Textos de apoio:
A Deusa da Ilha dos Amores[1]
As Filhas e Enteadas de Afonso de Albuquerque[2]


[1] “Mulheres Navegantes no Tempo de Vasco da Gama” de Fina d’Armada, Ésquilo, 2006, pg.175-188
[2] Idem, pg.221-240
No quadro seguinte juntam-se de novo os dois percursos, mantendo-se unidos até ao final do espectáculo.


Quadro VII – Portugueses no Japão
Recorrendo ao teatro dentro do teatro as aventuras de FMP por terras do Japão serão contadas por uma companhia de commedia del’arte, que ocupará três espaços da praça para as narrar.
Haverá as máquinas de cena que sejam necessárias ao jogo teatral para se recriar as diferentes acções e ambientes. Este quadro será em principio o de maior duração.
Textos de apoio:
Os Portugueses que primeiro visitam o Japão [1]
A divulgação das armas de fogo [2]
Breve miragem de fortuna [3]
Salve-se quem puder [4]




[1] “Fernão Mendes Pinto” de Mário Domingues, Livraria Civilização, 1977, 4ª edição, pg.125
[2] Idem, pg.129
[3] Idem, pg.137
[4] Idem, pg.170
A passagem para o quadro VIII deve reflectir o regresso de Fernão Mendes Pinto a Portugal.



Quadro VIII – Termo da longa peregrinação
Depois do seu regresso a Portugal FMP sente amargura pela incompreensão dos seus compatriotas, que duvidam dos méritos da sua peregrinação pelo Oriente.
A acção remete para a visita de quem em Fevereiro de 1583 lhe vem anunciar que Filipe II lhe concedeu uma tença anual.
Será um jogo de máscaras que FMP joga com os filhos, para quem em última análise escreveu o livro onde relata as suas viagens e aventuras, quer as suas façanhas sejam mesmo vividas ou imaginadas.
Textos de apoio à dramaturgia:
A crise religiosa de Mendes Pinto [1]
O malogro e o êxito de uma missão [2]
Como acaba uma vida extraordinária [3]
Peregrinação – Capitulo CCXXVI[4]




[1] “Fernão Mendes Pinto” de Mário Domingues, Livraria Civilização, 1977, 4ª edição, pg.197
[2] Idem, pg.203
[3] Idem, pg.209
[4] “Peregrinação II” de Fernão Mendes Pinto, Publicações Europa-América, 1997, pg.326-328
Final
No final haverá uma grande ceia servida numa grande mesa corrida, no espaço onde se localiza a área comercial do mercado. Será uma grande festa que se deseja como tempo de convívio e troca de impressões entre todos os fizeram o espectáculo e os que assistiram.

Esta foi a estrutura dramática proposta para escrita do texto do espectáculo.